
Ela saiu de casa batendo a porta atras de si, cabelos de fogo dessarumados como nunca os vira antes, cheios de nos e pontas quebradas, maquiagem por fazer a nao ser aquele pequeno detalhe dos seus labios estarem vermelhos como uma gota de sangue numa tela branca de cristal.
A sua boca nao mostrava os seus dentes amarelos de tanto fumar, mas sim tinha um sorriso destorcido de loucura, de dor e desejo, desejo do que, nao me perguntem, porque nao sei!
O casaco preto fechado com botoes de ferro, no na borda logo depois dos seus joelhos a muito nao vistos um tecido branco de renda, que contrastava com aquelas meias grossas de la para protege-la do frio do Inverno, ou quem sabe o calor do Verao a muito esperado.
No fim daquelas pernas que eu um dia conheci os sapatos de 10 cm que a fazia 1.70 invez dos seus meros 1.60, desabotoados, como ela conseguia andar tao graciosamente e uma das tantas perguntas que sempre ficaram sem resposta. Ela continuo a andar, com passo apressado, cabelo ao vento, no chao atras dela so ficavam as lagrimas que ela derramava, e foi nesse momento que eu parei de espreitar na minha janela, e deixei de ser o vizinho que ela comprimentava com um sorriso e um abanar de cabeca. Calcei os meus sapatos, pus o meu casaco, peguei as chaves, bati a porta depois de sair olhei para a janela onde ele bebia a cerveja de sempre, aquele nojento, nem correu atras dela, nem piscou os olhos, gritou como a muito ja e habito e deixou-a ir, com a certeza que ela voltaria. Hoje vai ser diferente, porque hoje eu vou encontra-la. Neste frio ela nao esta a vista, olho ate ao fim da rua, mas nem sinal de vida, o coracao bate com mais frequencia, pum pum pum, ando com pressa sem saber onde devo ir, mas algo me diz que tenho que a encontrar agora, nem um segundo mais tarde. Ela esta sentada a beira da ponta a olhar para a agua com a certeza que para aquela casa que acabou de deixar para tras e aquele homem nao volta. Ouviu um som distantes de passos, e deixou-se ficar ali, quando uma mao agarra-a, levanta-a com uma forca e cuidado desnecessario, deixa as suas pernas a tremerem sem direcao, e encara quem a ataca, com um certo despudor. Sem me aguentar agarrei o seu rosto e beijei os seus labios de sangue, e ela nao protestou, alias incitou, mas eu sei que ela so o faz por vinganca. Limpei todas as lagrimas do seu rosto com os meus labios.
Nao me perguntes o que sera de mim, dela, nem do quem sabe nos. Foi so um beijo, um de paixao, vinganca, desejo, solidao.
Marco
Lindo! Me identifico muito com essas situacao, ue ja fiz isso algumas vezes na vida. Bati e porta e nao queria nunca mais volta.
ResponderEliminarBjs