sexta-feira, 6 de novembro de 2009

MJ, 5 anos.


Eu tenho uma rotina, e tu fazes parte dela, como uma regra que alguém se esqueceu de escrever. Tu és parte do meu dia-a-dia, não importa a distância, nunca sinto que estás longe, porque sei que tu nunca deixas-te o meu lado, tal como eu espero nunca deixar o teu, porque doí mais do que eu consigo aguentar ficar sem ti.

Não acho impossivel, tomarmos chás juntas e sabes porque? Porque há pessoas que são feitas para dividirem estradas conosco, e o que nós já dividimos foi forte demais, porque por mais que nós tenhamos destruido uma a outra, sabiamos sempre que valia a pena tentar, e conseguimos minha pequena, porque tu vales tanto a pena, nunca me arrependo.E tu sabes como eu gosto de alguém, olho para a pessoa e sei que essa pessoa será algo na minha vida, e quando eu te vi naquele dia, eu sabia quem tu eras. Quando conheço alguém procuro um pedaço de ti.. porque tu tens tudo o que eu mais amo.

Sempre que vou a Pt, tenho medo, medo que tu tenhas mudado demais, que tenhas encontrado uma amiga melhor, ou simplesmente alguém que esteja contigo todos os dias, que te limpe as lágrimas quando choras, como eu não posso, alguém que te veja sorrir, que te de conselhos, alguém com quem tenhas aquela cumplicidade. Mas sempre que te vejo, não importa o quanto possas ter mudado, porque eu sei que no fundo, eu sempre te reconheço, tu mudas, mudas, mudas, a alma, a inocencia, o coração o que lhe quiseres chamar é sempre o mesmo, por isso e que não importa. E nesses segundos que te vejo, depois de engolir a saliva e o choque, sou feliz.

Sim, um dia vamos conhecer o mundo, juntas, consigo imaginar isso, nós as duas, fazendo as compras de sempre, a sorrir, livres.
Sim, eu amo-te, amo a nossa amizade, amo a nossa cumplicidade.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Apetece-me


Apetece-me, gritar e calar, tocar e correr, aproximar e deixar, entrar e continuar.
Apetece-me deitar e sonhar, acordar e andar.
Apetece-me sair a correr entre um campo em flores, olhar para cada uma delas e não escolher nenhuma.
Apetece-me ir ao mar acrescentar-lhe água salgada, presente dos meus olhos.
Apetece-me esculpir, pintar, emoldurar, reanimar, causar um sorriso para sempre.
Apetece-me ir ao céu cumprimentar as nuvens, implorar-lhes que não me caiam em cima e voltar a rodopiar.
Apetece-me dançar sozinha numa encruzilhada, um pé a tocar no chão o outro no ar, sem cair, sem desequilibrar.
Apetece-me subir numa árvore e escolher o seu fruto mais bonito para dar para alguém que eu não conheço, nem conhecerei.
Apetece-me saltar duma cascata para encontrar os elementos no fim.
Apetece-me implorar ao sol que volte a cobrir-me a pele dourada.
Apetece-me pegar a areia e a deixar voar no vento, olhar para ela e viajar nela.
Apetece-me refazer a história, por um ponto final aqui, uma vírgula ali, um não merecido, um sim conquistado.
Apetece-me comer aquele bolo que a mãe fez com amor para o pai, aquele que nos é proibido. Apetece-me cheirar madeira cortada.
Apetece-me lavar a alma.
Hoje Apetece-me, apetece-me tudo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Maçã



Já não sei o que escrever sobre ti, já não tenho palavras, perderam-se entre a meia noite e meia e as cinco da manhã.

Pelo caminho despi-me da esperança, do querer, do sentir. Não estou a desistir de ti, estou a desistir das saudades e de todas as lágrimas que tenho para ti, os sorrisos tentarei lembra-los naqueles poucos segundos em que te deixarei entrar e comprimentar, com um olá e um adeus.
Mas no fim, eu estou a correr de ti, com saltos, não importa, desde que corra, não vou olhar para trás, não me vou despedir, não vou chorar.

Estou a sentir os teus olhos nas minhas costas, e desculpa mas desta vez vou ser livre. Já não espero mais nada de ti, eu sei que desta vez é de vez. E não sei o que doí mais...
O facto de me teres envenenado o coração, com uma maçã de palavras e atitudes, matas-te parte de mim, a parte que está naquele cristal a espera que alguém a salve, com um beijo ou um sorriso.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Querer, Gostar e Amar


O Querer, o Gostar, o Amar, são três rapazes, diferentes.

- O querer é aquele sentimento egoísta, de desejo, de carência, se ele não te olhar o odeias, porque a sua atenção é tal como dar água a uma planta, se não a deres murcha, sofrendo de feiura. Se ele o fizer, bem, pregas os teus olhos nos dele, e esperas que ele não os desvie, não pare aquela conecção, queres que ele te queira, quando tudo o que pensas e ires parar nos braços dele, só para ele acabar com essa solidão em que te transformas-te, mas sabes que tu no fundo não o queres por isso e que o deixas-te ir, com o coração em sangue, mesmo os nossos quereres mais odiosos têm coração.

- Gostar, também queres estar nos braços dele, só para ele te fazer sorrir, como um dia já fez, queres que ele não pare de te olhar quando tu finges que não notas, sorris só para ele te ver os dentes, mexes nos cabelos, inventas assuntos, mas ficas no lugar em que estás, não te moves, admiras-o mas isso é um segredo.

- Amar, é aquele de olhos azuis, a contradizer com os teus, aquele nervoso, aquele sorriso incontrolável, aquele maestro dos sentimentos que algum dia conheceste. É respeitar o não querer, e sorrir mesmo assim, preocupar-se com a felicidade dele, ver os sonhos tornarem-se realidades sem tu poderes fazer mais do que lhe dizeres: estou feliz por ti, quando tudo o que queres dizer é: estou tão orgulhosa de ti.
É o morderes a lingua e ficares calada quando queres gritar ao mundo tudo o que sentes, querer que ele leia os teus olhos, sem os mostrares por medo que ele realmente o faça, é esperar mesmo que se deva continuar, é seguir em corpo e mente, e deixar o coração para trás, ao alcance da mão dele.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Medalha



Tu és como o cheiro daquele dia, quando eu tinha seis anos, dia de vencedores e vencidos , dia de competição. Estava com aquela roupa de sempre, branca, com o cinto a falar por si só, eles aplaudiram, senti as minhas bochechas pegarem fogo, mas cerrei os punhos, se o ruido não fosse por mim, fiz que era, os olhos deles, os teus.

Eu entrei para vencer e foi isso que aconteçeu durante os primeiros minutos ou segundos, tempo é algo que não conheço enquanto estou no limite do tatami, mas naquele segundo que ela me pôs contra o chão, naquele segundo, sabia que havia algo de errado, como se algo escapasse do óbvio do meu ser.

E eu soube que te perdi naquele mesmo instante, eu tentei sair da teia que ela teceu a minha volta em poucos momentos, tal como quis lutar contra o que senti naqueles segundos que me afastas-te com o vento.

Perdi, mas ganhei uma medalha de bronze.. Tu és como a medalha de ouro, que me escapou pelos dedos, pelos segundos, horas, momentos, outras delas vieram, de ouro, bronze, prata, mas é por aquela que eu perdi que eu ainda luto, a que eu desejo, tal como tu, para mim és a medalha de ouro que terei orgulho de colocar no peito.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A barragem


E no fim, não sobrou o gosto do silêncio, ficou o meu adeus o unico que tinha para ti.
Eu refiz a nossa historia, fiz dela um album de memorias.
E como estou cansada de escrever de corações quebrados quando os voltaria a quebrar em mil pedacinhos só para viver outra vez, o que um dia senti por ti.
Então vou falar, de como te esqueci, do quanto sou feliz sem te ter, de quantos sorrisos ja tive depois que fechaste-me aquela porta.
Digamos que a vida seja um rio, as pedras, seixos e areias no fundo, a água azul clara, ao lado dela, a montanha cheia de neve, ao descer, os pinheiros verdes, e no fim o mar.
Naquele dia eu tinha uma separação no meu rio, continuar sozinha ou contigo eu partilhei a minha estrada contigo, mas como tudo na vida o que vêm, vai, e tu foste, corri atrás de ti kilometros, construi uma barragem para te impedir de ires-te. Fiquei com as lembranças porque tu a muito que já me tinhas escapado, mas não destrui a barragem pois sabia que um dia voltarias e eu estaria aqui a tua espera, sem percorrer nem mais um passo para longe de ti, no lugar em que me deixaste. Passaram estações por mim e tu não voltaste, então destrui a barragem, não demorou dias, nem horas, nem minutos demorou segundos, pois eu sabia o caminho que queria seguir, e este já não te inclui. Vou deixar-me ir, e o rio fluir.

sábado, 1 de agosto de 2009

Gigante:

Tantas e tão poucas são as palavras que quero transmitir, as essenciais perdem-se pelo caminho.
Nos finais de Setembro, três anos atrás um Gigante me defendeu, Gigante este que morou no meu coração, e que lá sempre terá um espaço e carinho especial, pois és e sempre serás o primeiro a ocupar lugar no meu ser.
Por causas dolorosas, nunca fizeste parte da minha vida com algum titulo para além daquele de eu te amar, o tempo passou, mas eu sempre procurei uma copia daquele gigante que me fez ser tudo o que hoje sou, sempre te procurei mesmo sem saber, vezes sem fim.
Agora vejo que sempre te amei, a imagem que deixas-te impressa em mim nunca apagaria, em qualquer frase, momento seria em ti que pensaria, nunca ninguém foi o Gigante que eras, foram outras coisas mas Gigantes nunca, quem consegue vencer o que só tu construiste no meu coracão?
Fui e vim, mas sempre contigo no corpo, na mente.
Ainda hoje senti as lagrimas quentes a descerem a minha face rapidamente só pela perda que foste, pelas lembranças que me deste, pergunto-me se te lembras e acho que não.
Mas hoje, meu Gigante, meu amor, ficaste pequeno diante dos meus olhos, sempre foste inalcançavel, impossivel, agora és apenas um homem, e eu uma mulher.
Nunca mais serás o que foste, não ficaste mais pequeno, eu e que cresci, por tua causa.