quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Medalha



Tu és como o cheiro daquele dia, quando eu tinha seis anos, dia de vencedores e vencidos , dia de competição. Estava com aquela roupa de sempre, branca, com o cinto a falar por si só, eles aplaudiram, senti as minhas bochechas pegarem fogo, mas cerrei os punhos, se o ruido não fosse por mim, fiz que era, os olhos deles, os teus.

Eu entrei para vencer e foi isso que aconteçeu durante os primeiros minutos ou segundos, tempo é algo que não conheço enquanto estou no limite do tatami, mas naquele segundo que ela me pôs contra o chão, naquele segundo, sabia que havia algo de errado, como se algo escapasse do óbvio do meu ser.

E eu soube que te perdi naquele mesmo instante, eu tentei sair da teia que ela teceu a minha volta em poucos momentos, tal como quis lutar contra o que senti naqueles segundos que me afastas-te com o vento.

Perdi, mas ganhei uma medalha de bronze.. Tu és como a medalha de ouro, que me escapou pelos dedos, pelos segundos, horas, momentos, outras delas vieram, de ouro, bronze, prata, mas é por aquela que eu perdi que eu ainda luto, a que eu desejo, tal como tu, para mim és a medalha de ouro que terei orgulho de colocar no peito.

1 comentário:

  1. Concordo plenamente! A luta é o fundamental, as medalhas não são tão importante quanto isso, entretanto ganha-las traz-nos um grande orgulho e o sabor da vitória.
    Continues a lutar, não abandones o tatami.

    ResponderEliminar