sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Maçã



Já não sei o que escrever sobre ti, já não tenho palavras, perderam-se entre a meia noite e meia e as cinco da manhã.

Pelo caminho despi-me da esperança, do querer, do sentir. Não estou a desistir de ti, estou a desistir das saudades e de todas as lágrimas que tenho para ti, os sorrisos tentarei lembra-los naqueles poucos segundos em que te deixarei entrar e comprimentar, com um olá e um adeus.
Mas no fim, eu estou a correr de ti, com saltos, não importa, desde que corra, não vou olhar para trás, não me vou despedir, não vou chorar.

Estou a sentir os teus olhos nas minhas costas, e desculpa mas desta vez vou ser livre. Já não espero mais nada de ti, eu sei que desta vez é de vez. E não sei o que doí mais...
O facto de me teres envenenado o coração, com uma maçã de palavras e atitudes, matas-te parte de mim, a parte que está naquele cristal a espera que alguém a salve, com um beijo ou um sorriso.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Querer, Gostar e Amar


O Querer, o Gostar, o Amar, são três rapazes, diferentes.

- O querer é aquele sentimento egoísta, de desejo, de carência, se ele não te olhar o odeias, porque a sua atenção é tal como dar água a uma planta, se não a deres murcha, sofrendo de feiura. Se ele o fizer, bem, pregas os teus olhos nos dele, e esperas que ele não os desvie, não pare aquela conecção, queres que ele te queira, quando tudo o que pensas e ires parar nos braços dele, só para ele acabar com essa solidão em que te transformas-te, mas sabes que tu no fundo não o queres por isso e que o deixas-te ir, com o coração em sangue, mesmo os nossos quereres mais odiosos têm coração.

- Gostar, também queres estar nos braços dele, só para ele te fazer sorrir, como um dia já fez, queres que ele não pare de te olhar quando tu finges que não notas, sorris só para ele te ver os dentes, mexes nos cabelos, inventas assuntos, mas ficas no lugar em que estás, não te moves, admiras-o mas isso é um segredo.

- Amar, é aquele de olhos azuis, a contradizer com os teus, aquele nervoso, aquele sorriso incontrolável, aquele maestro dos sentimentos que algum dia conheceste. É respeitar o não querer, e sorrir mesmo assim, preocupar-se com a felicidade dele, ver os sonhos tornarem-se realidades sem tu poderes fazer mais do que lhe dizeres: estou feliz por ti, quando tudo o que queres dizer é: estou tão orgulhosa de ti.
É o morderes a lingua e ficares calada quando queres gritar ao mundo tudo o que sentes, querer que ele leia os teus olhos, sem os mostrares por medo que ele realmente o faça, é esperar mesmo que se deva continuar, é seguir em corpo e mente, e deixar o coração para trás, ao alcance da mão dele.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Medalha



Tu és como o cheiro daquele dia, quando eu tinha seis anos, dia de vencedores e vencidos , dia de competição. Estava com aquela roupa de sempre, branca, com o cinto a falar por si só, eles aplaudiram, senti as minhas bochechas pegarem fogo, mas cerrei os punhos, se o ruido não fosse por mim, fiz que era, os olhos deles, os teus.

Eu entrei para vencer e foi isso que aconteçeu durante os primeiros minutos ou segundos, tempo é algo que não conheço enquanto estou no limite do tatami, mas naquele segundo que ela me pôs contra o chão, naquele segundo, sabia que havia algo de errado, como se algo escapasse do óbvio do meu ser.

E eu soube que te perdi naquele mesmo instante, eu tentei sair da teia que ela teceu a minha volta em poucos momentos, tal como quis lutar contra o que senti naqueles segundos que me afastas-te com o vento.

Perdi, mas ganhei uma medalha de bronze.. Tu és como a medalha de ouro, que me escapou pelos dedos, pelos segundos, horas, momentos, outras delas vieram, de ouro, bronze, prata, mas é por aquela que eu perdi que eu ainda luto, a que eu desejo, tal como tu, para mim és a medalha de ouro que terei orgulho de colocar no peito.