terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma, duas, somos só uma!


Acordei, sentia uma dor em cada músculo do corpo, mas isso era o que menos importava, não sabia onde me encontrava, escuro, rochas, seixos, pedras, envolviam-me neste mar de calor, no topo... um túnel estreito, a luz não era suficiente para iluminar tudo a minha volta, reconheci. Sei onde estou, mais uma vez aqui, meu velho companheiro, meu melhor amigo, meu velho inimigo, agora a juventude te inunda, voltaste por mim. Cai, mais uma vez neste buraco sem fim, neste que começa no meu ser e acaba na minha alma, como sai da última vez? Ah, sim, meu anjo negro me vieste salvar, o que fazer agora? Ja cá não estás!
Ouvi um ruido a poucos passos de distância, alguém acordava, era ela... maldita, eu era a boa, ela a má, ou será que eu era a má e ela a boa? Ela simplesmente seria tudo o que eu não sou! Tinhamos a mesma cara, o mesmo corpo, uma, duas, a lutarem por um só querer.
Ela disse-me: "Continuamos"
- "Ficamos"
Ela:" Desprezamos"
- "Queremos"
Ela: "Odiamos"
- " Amamos"

Desprezei amando.
Fiquei odiando.
Continuei querendo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Montanha do meu coracao..


Eu perdi, mas mesmo assim nao me sinto uma perdedora.
Esta luta contra a montanha, exaustiva, suor inunda-me a cara, olhos fechados a sentirem o sol e as gotas salgadas que deles caem, uma a uma no chao, em cada passo uma poca, nelas o comeco da fertilidade, pequenas manchas verdes crescem.
Esta luta travada no meu coracao, entre eu e o ser que eu amores eternos jurei, esta que ganhei e perdi no mesmo segundo.
Sonhei que viveria nessa montanha para ver a branca neve a cair em pequenos flocos, as folhas vermelhas, laranjas, amarelas, castanhas a voarem ao som do vento, o chao ficar pintado de flores de todas as cores e tamanhos a despertarem, ou do sol a brilhar no fim de mais um dia, o meu rosto marcado por cada passar do tempo, mas o brilho esse o mesmo.
Mas a montanha aqui ficou, nao se mecheu, mas eu sem saber o porque ja la nao entro, ja la nao caminho, ja la nao vou, batalha perdida, ela ficara mas eu com um leve no na garganta me afasto e voou para longe, onde ninguem me podera ter, nem mesmo eu.

domingo, 21 de junho de 2009

Porta


Esta multidao, dentro dela, eu e tu, tu algures neste escuro em que nada sinto, procuro, mas a pouca luz que tenho de nada serve, caras fitam-me, nenhuma a tua, nenhuma a minha, esta escuridao que me inunda os olhos e a alma esta a impedir-me de te ver. Algures estaras nem que seja na montanha que es no meu coracao, ou no vento que pelo meu corpo passa, ou na agua que bebo. Quando vi aquela igreja, tive o impeto de la entrar simplesmente para absorver o que nela de majestoso tinha, algures nos recantos do meu ser me lembrou o que se deve fazer quando la se entre, nem eu sabia que isto sabia, mas ali estava eu a fazer um daqueles muitos sinais que sei, diriji-me algures e ajoelhei-me, rezei para um deus qualquer ou para todos eles, para que crescesse, sonhasse, tu voltasses e aprendesse a levantar mais uma vez. Mas levantar... ja levantei, mas por um pe a frente do outro para longe de ti, isso nao consigo, tento, mas isso eu ainda nao sou capaz, um dia serei. Como de ti nao me consigo afastar, construi um corredor entre nos, ele e escuro e no fim tem uma porta, estava aberta, agora fechada. Se me quiseres teras que dar os passos sozinho, entre a escuridao, no fim dela a porta encontraras abre-a, pois tens a chave...

terça-feira, 9 de junho de 2009

Tailin

Feridas, o tempo cura umas, abre outras.
A tortura do que sentia estendia-se a sua pele, bochechas vermelhas de emocao, uma que ela desejava com todo o seu ser nao sentir, os cabelos dele eram pretos como os seus, os olhos castanhos da cor da terra molhada, os seus labios defenidos comparaveis a montanhas, carnosos desejaveis, a sua pele nenhuma cor comparavel, este era o outro. O que a ela pertencia, tinha os cabelos loiros os olhos azuis como a agua do oceano e profundos como tal, os labios finos, a pele branca como a neve, mas em ambos um so reflexo, ela, Tailin, e nela o reflexo de ambos.
Ela traiu, mas ela amou...

Dedicado a dois amigos
Que em tempos diferentes da minha vida
Vieram e deixaram saudades profundas
Um o de amar e parar
O outro de gostar e continuar